Ebook Introdução à História das Ideias Políticas

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O nosso itinerário pela história das ideias políticas circunscreve-se ao pensamento ocidental. Não existe, portanto, qualquer ambição holística. O percurso diacrónico – cientes que não chegámos ao fim da história – inicia-se com os gregos, no século IX a.C., e termina no século XX, não obstante a contínua e permanente actualidade da reflexão sobre o problema da política.

PREFÁCIO

O texto Introdução à História das Ideias Políticas é uma obra dirigida, em primeiro lugar, aos alunos da cadeira de História das Ideias Políticas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, embora possa ser util para todos aqueles que procuram beneficiar de uma síntese do pensamento político ocidental desde os seus primórdios na Grécia antiga, até ao século XX.
A sinopse que apresentamos corresponde, essencialmente, à decantação ou exegese dos principais textos de filosofia política de um conjunto muito significativo de autores. Procurámos, sempre que tal se mostrou possível, fazer uma leitura interpretativa e crítica das fontes primárias, pese embora o facto de, em muitos casos, os textos não se encontrarem disponíveis com traduções para português e, noutros (como no caso da patrologia grega e latina), o acesso às fontes ser particularmente meândrico.
De fora, ficaram autores e ideias importantes, sendo que, em determinadas circunstâncias, os aqui analisados, mereceriam maior profundidade e detalhe na apreciação e crítica. Em alguns casos, nomeadamente em relação a períodos cronológicos recentes, certas correntes ficaram totalmente de fora (social- democracia reformista ou democracia- cristã). Ainda assim, são objecto de análise oitenta e três autores ou ideias e encontram- se reflexões sobre a maior parte daqueles que pertencem ao cânone.
Embora o espaço público esteja repleto de discursos ou proto- narrativas sobre a questão da política, o tratamento teórico dos problemas é praticamente nulo ou, pelo menos, largamente insuficiente. Conceitos e ideias são utilizados imprecisamente ou até, em muitos momentos, de forma totalmente errada.
Em alguns casos (mesmo em discursos académicos e científicos), a aproximação teórica aos conceitos, não apenas revela uma leitura anacrónica, como desvaloriza totalmente o contexto epocal e intelectual, bem como o seu significado intrínseco ou um conjunto de significados possíveis. Noutras situações, as palavras são usadas como aríetes ou como um género de opróbrio, desvalorizando absolutamente o seu sentido categorial e contribuindo para a aceleração do processo de desagregação da res publica e da própria cidadania.
Toda a reflexão sobre a política alicerçada na história e na confrontação e análise das fontes primárias é, não apenas um panegírico à memória, mas um antídoto contra as práticas revisionistas. Só através de um conhecimento rigoroso dos textos podemos encontrar auxílio no processo de reconstrução do passado e na identificação e compreensão de charlatanices.
Esta obra é o resultado combinado da investigação e da leccionação e das inúmeras discussões em sala de aula e com os colegas e professores.
Entre todos aqueles com que muito aprendemos, destaque para o Senhor Professor Martim de Albuquerque, para o Senhor Professor Pedro Barbas Homem e para a Senhora Professora Isabel Banond. Realce ainda, para os colegas com que temos tido o gosto e o privilégio de trabalhar ao longo da última década na área da História das Ideias Políticas: Susana Videira, Margarida Seixas, Ana Fouto, Jorge Silva Santos, Madalena Marques dos Santos e David Telles Pereira. A todos, muito obrigado!